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Mostrando postagens de outubro, 2024

Fim da Parte I

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“O nosso amor a gente inventa Pra se distrair E quando acaba a gente pensa Que ele nunca existiu” Quais violências uma mulher se permite? Uma mulher se permite ser violentada? Essa responsabilidade é da mulher? Ou seria uma culpa? A mulher é a grande motivadora das situações violentas que sofre? Se é ela quem sofre, como ela pode ser a responsável? Seria a violência sofrida um ato masoquista? Se a cada 24 horas, pelo menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica , se a economia do cuidado consome, em média, mais de 61 horas semanais , se temos 47,8 milhões de mulheres inseridas no mercado de trabalho , estando ocupadas por cerca de 8 horas diárias, fora o deslocamento, fico aqui pensando qual tempo que sobre para que a mulher consiga pensar em provocar uma situação que a coloque no papel de vítima de violência. Quando falamos de violência contra mulher, a primeira imagem que vem à mente de qualquer pessoa é de violência física, de uma pessoa machucada, com escoriações, corte...

Desculpa qualquer coisa

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Me desculpe Me desculpe por embolar as palavras. Me desculpe por não conseguir mais concatenar minhas ideias. Me desculpe por não estar simpática. Me desculpe por não conseguir mais prestar atenção. É que estou cansada É que minha cabeça está em outro lugar. Tenho pensado tanto em outra coisa que não aqui. Mas eu me esforço, eu juro que me esforço. E eu gosto muito do que faço. Gosto muito do que ouço. Gosto muito do que falo. Mas é que eu estou cansada. Eu queria estar em outro lugar. Mas não porque estou insatisfeita. Longe disso. É que eu encontrei um lugar...ahhhh, que lugar! Se você o encontrasse, tenho certeza que estaria assim como eu. Se desculpando. É que descobrir esse lugar faz a gente pedir desculpas mesmo. Porque é mais gostoso pedir desculpas do que fingir que esse lugar não existe. É melhor admitir a displicência, a falta de foco e o semblante avoado Do que ignorar a beleza desse lugar. Você deve estar pensando que lugar tão especial é esse, né? Eu também ficaria curiosa...

Virou cocô

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Cada vez mais leio textos e penso que eu poderia ter escrito. Deixo claro que não é por uma intenção de me apropriar da ideia alheia, mas porque acontece muita identificação com meu estilo, mesmo sendo de pessoas bem diferentes umas das outras, sabe? Isso me faz pensar em tantas que habitam em mim. E é bem verdade, habitam muitas mulheres dentro de mim. Muitas. Mas consigo identificar um fio condutor em todas elas, que é um apreço, um cuidado, um gosto especial pelos temas existenciais. Os textos que tenho lido, sejam crônicas, romances, blogs, newsletters, não importa, todos eles tratam de questões da humanidade, de posicionamento de um eu em eterna descoberta. E eu acho isso lindo! Um amigo meu diria que “ eu não acho nada”, mas aqui, nesse espaço, vou usar minha liberdade poética e não vou substituir  “acho” por nenhuma outra palavra. Até porque, no sentido que escrevo, esse “acho” carrega uma transitoriedade, uma ideia de que é incerto e altamente mutável. Partindo dessa ...

A grande magia

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  Há alguns anos li um livro chamado “Grande magia”, de Liz Gilberth – mesma autora de Comer, Rezar, Amar, minha bíblia pessoal, e tem uma parte que ela fala sobre a ideia, sobre a magia de uma ideia, que ela não tem dono, ela é como uma fada, que fica por aí, perambulando na atmosfera até se conectar com um humano que está com a mente tão livre que a atrai e, assim, ela explode em criatividade. Ela comenta, inclusive, que uma mesma ideia pode surgir em pessoas completamente desconhecidas e que vivem muito longe uma da outra. Desde que li esse trecho (não grifei, então não sei dizer onde está) criei essa imagem da uma grande ideia flutuando por aí, esperando uma pessoa desavisada que é hora de se encontrar. E eu fico querendo ser essa pessoa desavisada, sabe? Mas a gente não pode deixar toda nossa vida ao acaso ou à grande magia, tem algumas coisas que precisamos fazer, e uma delas é registrar qualquer coisa que passe na nossa cabeça e que naquele átimo pareça uma grande ideia. Mes...

Calmaria I Marolinha

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Essa é a magia da maturidade: a gente para de nadar contra a corrente e aprende a surfar nas ondas grandes. Disse isso pra uma amiga hoje cedo sobre uma situação que ela está vivendo e, no mesmo instante, eu mesma me ouvi. Acontece muito disso com vocês? Falar algo pra alguém e no mesmo instante, por milésimos de segundos, parece que tudo fica suspenso e você percebe que disse aquilo para si mesma, como se fosse uma outra pessoa dentro de você soltando tais palavras? Comigo acontece muito. Penso que tenho ouvido muito mais as vozes da minha cabeça e isso tem sido bem bom pra mim. Minha cabeça anda numa fase boa e diminuído muito os pensamentos paranoicos, então agora consigo ouvi-la como se eu estivesse numa marolinha, aquela coisa gostosa que a gente bóia, que a gente se sente flutuando calmamente. É muito louco pensar que no meio de tanta confusão, desastres e problemas globais, nosso interior está relativamente calmo. E nem é fruto de meditação, religião ou qualquer entorpecente, ...

“Pergunte pra Ela”

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“Pergunte pra Ela” surge de uma recomendação terapêutica. Isso mesmo. Minha terapeuta raramente me diz algo pra fazer, nesses 4 anos de acompanhamento, não consigo enumerar um top 3 de coisas que ela disse pra eu fazer, assim, como uma tarefa de casa e por isso me surpreendi com a recomendação e resolvi “obedecer”. Talvez a palavra soe um pouco forte – obediência – mas é que eu tenho estado tão carente de pessoas que tomem atitude ao meu redor, que quando ela fez essa proposta, eu não questionei e só acatei. Ela me explicou o motivo disso, mas vou contando aqui aos poucos, até porque eu sei que minha terapia vai aparecer muito nos meus textos, mas uma das coisas que gostei que ela comentou foi que, as dores que são do coletivo precisam ir para o coletivo, ou seja, preciso externalizar e tornar público. Isso não precisa ser mais uma tarefa, não precisa ser um trabalho e não importa se terei 1, 10 ou 1 milhão de pessoas me lendo, o importante é tornar público. Mas fato é que não cons...