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Mostrando postagens de fevereiro, 2025

Devaneio

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Tem coisa que não dá. Não dá pra fazer encaixar. Tem desencaixe que é bom de se viver. Mesmo que traga uma certa solidão, mesmo que o vazio incomode. Eu adoro viver experiências. Sou bem menos curiosa do que já fui, talvez porque agora eu não me sinta tão ansiosa em descobrir o que tem lá na frente, embora tenha curiosidade. É um lance meio onda do mar, sabe? Quero saber de forma antecipada (bate a ansiedade), mas também quero viver a experiência do acaso (bate a paciência). E assim tenho seguido meus dias. Esse vai-e-vem já me adoeceu, mas agora não tem sido nocivo, tem sido diferente. É realmente a sensação de boiar no oceano sem muitas ondas, na marolinha da vida, como já escrevi textos atrás. Porque, invariavelmente, quando sigo em frente com minha ansiedade e desejo descobrir o que vem à frente, me decepciono. Porque sinto falta da magia - também escrevi sobre isso textos atrás - sinto falta daquele ✨ mágico quando algo acontece espontaneamente. N...

Vida enxuta

Eu quero uma vida enxuta Estou me desorganizando para isso Estou me organizando para isso Quero menos coisas Quero mais sentimentos Eu quero uma vida enxuta   Desejo uma casa pequena Ainda que não seja no campo Quero conforto Quero aconchego Quero menos amigos Quero mais presença Quero menos online Quero mais tato Quero abraços e beijinhos Porém, tendo fim Porque o fim abre espaço para o começo E eu quero recomeçar com uma vida mais enxuta

Sedução

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  Ouvi um podcast sobre esse tema e fiquei mexida com o conteúdo. Me fez lembrar do quanto já fui sedutora e o quanto isso, ao mesmo tempo em que me abriu portas, me colocou em local de risco. A sedução associada à sexualidade em uma sociedade machista e patriarcal é mortífera. Lembro claramente do dia em que ritualizei durante uma oração, para que minha pomba-gira (que eu nunca soube realmente se tinha) me deixasse em paz, porque eu queria ser vista e aceita por quem eu era e não pela sedução sexualizada que eu emanava e manejava muito bem. Nessa época eu estava entrando fortemente no hinduísmo e queria me desprender de todos os estímulos “carnais”: alho, cebola, café, chocolate, álcool, festas, músicas agitadas e sexo sem compromisso. Eu não tinha consciência de que estava eliminando o P R A Z E R da minha vida. Eu estava considerando que essas “impurezas” me impediam de acessar minha essência. Claro que hoje eu sei que isso era radical, doentio e um pedido claro de socor...